D'eus, o Algoritmo

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    Você já juntou suas mãos e agradeceu a D'eus, hoje? 

    D'eus é feito algoritmo, que decide que é arte, que é que vale ser visto, que, eventualmente, produz tudo que consumimos, enlatado e inatural, sem curvas, sem ideias, sem ruído, sem você ou eu, apenas feito de ego e D'eus.

    De que é feita, a merda do algoritmo? Deificado, tão falado e, eu, ignorante, ainda não sei o que caralhos ele significa, senão uma entidade feita para escolher valor no pensamento humano, que transforma toda existência em capital. Rotina? Capitaliza. Criatividade? Capitaliza. Sexo? Capitaliza. Pedofilia? Capitaliza. Nazismo? Capitaliza (e como capitaliza...)

    Do melhor ao pior, tudo capitaliza, explorando corpos que as vezes nem mesmo consentiram, corpos que às vezes não nasceram e, se nasceram, sequer entendem o que estão fazendo tendo suas vidas do começo ao fim sob a lente de uma câmera. 

    Eu não sei do que é feito D'eus, por trás do pensamento de tantos eus, de tantos homens (cis, hetero e brancos, provavelmente), que por trás de tantos números, criam D'eus, o algoritmo. 

    Você já fez uma oferenda ao D'eus da modernidade hoje? 

    Eu fiz. Não existe motivo de fazer algo, se não capitaliza.